Maristela Ribeiro



A exposição Fendas e Frestas, apresentada nos Conjuntos Culturais da Caixa em Salvador, Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e no Centro Cultural Recoleta em Buenos Aires, foi o resultado do Mestrado em Artes Visuais - EBA/UFBA. Buscando refletir acerca dos papéis femininos com os quais a mulher se vê confrontada, Maristela selecionou 39 mulheres que viviam num asilo para idosos, 37 mulheres residentes num hospital psiquiátrico e 13 mulheres que se encontravam detidas num presídio, portanto, todas as 89 excluídas da sociedade. O critério de seleção baseou-se exatamente no estado em que se encontravam: confinadas. Ao trabalhar com mulheres com movimentos demarcados, tinha como objetivo traçar metaforicamente um paralelo entre esse estado e sua histórica condição de opressão. 










"Essas criaturas viviam duplamente a sujeição:
por serem mulheres e por vivenciarem, de certa forma, experiências limítrofes. Tinham em seus corpos as marcas das tramas rígidas da vida."














A vontade de olhar para o interior das coisas torna a visão aguçada, penetrante.
Transforma a visão numa violência. Ela detecta a falha, a fenda, a fissura, pela qual se pode violar o segredo das coisas ocultas.

Gaston Bachelard











O olho é a janela do corpo humano, por onde a alma especula e frui a beleza do mundo, aceitando a prisão do corpo, que, sem esse poder, seria um tormento. Quem acreditaria que um espaço tão reduzido seria capaz de absorver as imagens do universo?

Leonardo da Vinci











"A experiência apresentada a seguir contou com a participação de algumas mulheres
 que realizaram comigo um passeio em torno das identidades.
Durante várias semanas – entre os meses de setembro e outubro –, nos encontramos no asilo Lar do Irmão Velho em Feira de Santana e, no espaço de algumas horas, desenvolvemos uma prática prazerosa em contato com nossos espelhos.
A idéia proposta era favorecer uma aproximação com a nossa conformação, possibilitando que executássemos algumas operações no nosso próprio rosto."










No retrato que me faço – traço a traço –
As vezes me pinto nuvem
As vezes me pinto árvore

Mario Quintana






 O homem é mais do que o eterno ciclo do nascimento e morte,
mais do que o desejo de reprodução e o enfastiamento da velhice: o homem é um ser incompleto e imperfeito, jamais acabado, mas sempre se plasmando porque sempre plasmando o mundo que o cerca.

Ernest Fischer



Asilo Lar do Irmão Velho

Acesse o link abaixo e veja o vídeo sobre a Oficina
https://youtu.be/akWyl_CB09k




Vernissage


















































Onde:
Conjuntos Culturais da Caixa – Salvador  //
Brasília  //  São Paulo // Rio de Janeiro 
// Centro de Cultura Recoleta – Buenos Aires









Maristela Ribeiro

Artista plástica, doutora em Artes Visuais pela EBA-UFBA, Salvador, Bahia. Seu trabalho artístico aborda o diálogo poético com experimentações oriundas das linguagens visuais contemporâneas, práticas híbridas ou mistas, e outros mecanismos advindos da técnica fotográfica. Desde meados dos anos 90 participa com freqüência de coletivas, salões e bienais na Bahia, em outros estados brasileiros, assim como em outros países, tendo recebido diversos prêmios e menções.


(75) 999793479